(fonte foto paulo)
A questão da radiação das antenas de telefonia
Equipe Claro Blog, redator / terça-feira, 30 de setembro de 2008
A radiação emitida pelas antenas de telefonia faz mal à saúde? O que exatamente é radiação? São questões comuns de dúvidas para muitas pessoas. Para saber mais sobre esse assunto consultamos Eduardo Javier, da área de Planejamento de Rede de Acesso da Claro.
O que é radiação?
Radiação eletromagnética é a emissão de energia num meio aberto como o ar.
De onde vem?
Todos os equipamentos que funcionam conduzindo corrente elétrica geram campos e ondas eletromagnéticas em sua volta. Alguns exemplos são monitor de TV, forno de microondas, fios de alta tensão, lâmpadas, aparelho de radiografia, aparelhos celulares, antenas de TV, de rádio e de celular, etc.
O grau de radiação é o mesmo em todos os casos?
Cada equipamento emite um tipo de radiação diferente que depende da freqüência do sinal e da potência irradiada. De acordo com a freqüência, as radiações podem ser separadas em IONIZANTES e NÃO IONIZANTES. O primeiro grupo corresponde a campos em freqüências mais elevadas que as das emissões de luz, como por exemplo os raios gama e os raios-X. São chamadas ionizantes por possuir energia suficiente para quebrar ligações químicas. É desta forma que os raios-X podem danificar o material genético das células, levando a doenças. Em freqüências mais baixas, as chamadas NÃO IONIZANTES, onde atuam os telefones celulares, isto não acontece.
Todas oferecem risco à saúde?
As radiações IONIZANTES, por exemplo as dos raios-X, oferecem risco e devem ser usadas com muita precaução. As radiações NÃO IONIZANTES só oferecem danos à saúde quando sua potência for muito alta, a ponto de elevar a temperatura corporal em 1 grau centígrado. As antenas de estações celulares transmitem sinais de baixa potência, incapazes de causar algum efeito na saúde das pessoas. Os aparelhos celulares emitem sinais de potência mais baixos ainda - apesar de estarem muito próximos ao usuário, não são capazes de causar danos à sua saúde.
Como as radiações NÃO IONIZANTES agem sobre o corpo humano exatamente?
O efeito biológico mais aparente nas radiações NÃO IONIZANTES, onde atuam os telefones celulares, é o térmico, ou seja, o aquecimento dos tecidos como resultado da absorção de energia eletromagnética.
Existem limites de radiação que devem ser respeitados?
A CLARO adota o limite de exposição a radiações não-ionizantes definido pela Anatel, que é o mesmo limite proposto pela Comissão Internacional de Proteção contra Radiações Não Ionizantes (ICNIRP na sigla em inglês) ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS na sigla em inglês). Este limite foi estabelecido após inúmeras experiências científicas realizadas durante muitos anos em todo mundo. Não se trata de um limite baseado em uma experiência isolada ou de um único pesquisador.
Qual é o limite que está sendo usado no Brasil?
A Anatel, através de Resolução no 303 de 3 de julho de 2002, limita a densidade de potência a qual a população em geral pode estar exposta pela seguinte equação:
f/200 [W/m2]
onde f é a freqüência em MHz, entre 400MHz e 2000MHz.
Ou seja, como a CLARO opera nas bandas de 900MHz e 1800MHz, o limites são respectivamente, 4,5 W/m2 e 9 W/m2. Qualquer valor acima disso não é permitido. A Resolução também limita a distância mínima que se pode estar de uma estação:
6,38 * (eirp / f)½
onde EIRP é a potência equivalente isotropicamente irradiada em Watt e f é a freqüência em MHz, entre 400MHz e 2000MHz
O que significa isso na prática?
Em geral, as estações que ficam nas torres de celular têm potência de 100 Watts. Então, na prática, não se deve estar a menos de 2 metros da antena. A uma distância maior que essa, todos os limites de segurança estão sendo atendidos.
E no caso de antenas na parede de um prédio ou dentro de um shopping?
As antenas que estão na fachada de um prédio quase não emitem radiação para suas costas, além do que a parede atenua o sinal que para o interior do prédio. Geralmente, o sinal é atenuado cem vezes, portanto a distância mínima passa a ser 21cm, o que não chega a ser maior que a espessura da parede e o suporte da antena. Num ambiente como um shopping, são irradiadas potências mais baixas, não passando de 1 Watt. Assim, a região não permitida fica a menos de 21 cm da antena.
Como é que esses limites de radiação são garantidos? Quem fiscaliza?
A Anatel, na mesma resolução 303, exige que para cada estação rádio base seja feito um Relatório de Conformidade. Este,por sua vez, deve ser mantido na estação para apresentação sempre que houver fiscalização da Anatel. O Relatório deve conter a memória de cálculo dos campos eletromagnéticos produzidos pelas estações para demonstrar o atendimento aos limites de exposição estabelecidos. A Anatel ainda exige realização de medição para comprovação do atendimento aos limites quando os valores obtidos por meio de cálculos teóricos forem iguais ou superiores a 2/3 dos limites de exposição estabelecidos. O procedimento de medição também está definido na Resolução e deve ser realizado por um profissional capacitado com equipamento com calibração certificada.
Há alguma implicação para a saúde de pessoas que moram próximas a antenas como estas?
O Relatório de Conformidade considera todos os lugares próximos da antena onde há possibilidade de acesso de pessoas. Isso garante que as pessoas que morem próximas a antenas não estejam sujeitas a uma radiação maior do que o limite estabelecido.
Estas antenas podem interferir de alguma forma na casa destas pessoas? (interferência em aparelhos eletrônicos, por exemplo)
A operadora de celular somente opera na faixa de freqüência que lhe foi designada, sob o risco de ser multada ou perder a licença se utilizar outra banda de freqüência. Sendo assim, não há nenhuma possibilidade de uma estação de celular interferir em qualquer aparelho eletrônico industrializado que também respeite as normas de operação. Casos de interferência ocorrem quando a pessoa monta um equipamento eletrônico que não segue as normas e não respeita as bandas de freqüência estabelecidas. Na maior parte desses casos é a pessoa que interfere na estação causando problemas na Rede Claro como quedas de chamada ou falhas de acesso.
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